sábado, 21 de março de 2009

A hipótese de Beadle e Tatum



Beadle e Tatum imaginaram que, para produzir todos os seus componentes, as células do fungo deviam realizar milhares de reações químicas, cada uma delas catalisada por uma enzima específica. Se a hipótese de que cada enzima é codificada por um gene específico estivesse correta, para cada reação metabólica devia haver um gene correspondente , responsável pela produção da enzima catalisadora específica. O que aconteceria se um desses genes essenciais á sobrevivência sofresse mutação, produzindo uma forma inativa da enzima ?
Em uma primeira etapa, para aumentar a freqüência de mutação dos genes, Beadle e Tatum irradiaram esporos do fungo com raios X. Os esporos irradiados eram colocados em tubos de ensaio que continham diferentes meios de cultura. Para selecionar um mutante incapaz de produzir aminoácido arginina, por exemplo, bastava suplementar o meio mínimo com arginina: os fungos mutantes absorviam essa substância do meio e sobreviviam á sua deficiência genética. Um problema dessa técnica é que nos meios mínimos suplementados cresciam também fungos selvagens, isto é, que não haviam sofrido mutações. Como diferenciar um fungo selvagem, em que o gene para sintetizar arginina é funcional (arg+ ) , de um fungo mutante, portador de um alelo defeituoso do gene (arg-) ?
Beadle e Tatum encontraram solução retirando uma pequena amostra de cada fungo cultivado no meio suplementado e transferindo-a para o meio mínimo. Os fungos que se desenvolviam também em meio mínimo eram, com certeza, selvagens (arg+ ) ; os que não sobreviviam no meio mínimo eram mutantes, naquele caso incapazes de produzir arginina (arg- ).

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